segunda-feira, maio 29, 2006

não sei dar título

Falo pouco,
entendo pouco essa função de ser assim p/ se parecer menos mal
Se não for intenso, digo: Não!
Bastou ver os filhos das boas mães andando em círculos
e julgando seus próprios irmãos;
Bastou ver pessoas em bando tentando provar serem vitoriosos em tudo
Bastou tão cedo o status, a sistematicidade, o poder, as coisas devidas
em seus lugares devidos
Poses, caras, bocas.
Falsidade das palavras.Frases bem ditas ou malditas.
Manter o contato.
Falar por falar.
Tanta coisa que poderia ser melhor aproveitada
Mas não: anda-se sempre em círculos.
Segue-se o mesmo vicioso ciclo"Eu penso, Eu tenho, a minha, eu quero, o meu, eu vou, pra mim..."
círculos em volta de si mesmo
E num dia desses se morre, assim, de repentee
o "eu penso, eu sou, eu tenho"...num desses dias,é esquecido
Até que em alguma data
Lembra-se que "ele Foi Tão, Fez tanto, Queria tanto"
Forma-se um semi-herói,
inventado,
só para acalmar
ou parir, dentro do corpo, uma inquietação
um quase-tormento
De não ter feito: por medo, receio ou algo que o valha.
Desconforto
Por ter deixado cair a máscara tão tarde
Quando o público já havia ido embora,
para sempre.
(um dia desses o publico se vai, talvez...)
E no fim das suas lutas armadas contra voce mesmo
e seus espetáculos egoístas
Voce fica
com os muros que construiu para se proteger
Ficou Voce e seus eus, os muros altos e a máscara.
Todos. caídos.

by eu mesma

gostar de alguem

o "gostar de alguém" para reviver algo é um engano,voce não gosta de alguem para postar nela uma felicidade mas pelo simples fato de simpatizar com ela. A auto-identificação mostra que quando alguem é parecido conosco a probabilidadede de boas relações é maior. Porque medo do que eh diferente? pisar em terreno descohecido é descofortável para quem jah se acostumou com o que foi imposto a vida toda. Sem ideais romanticos de amores platonicos ou canções inacabadas, que sempre terminam em pedras e/ou finais conhecidos, é bom gostar e aprender com isso. Aqueles que gostam das pessoas porque elas remetem à uma infancia ou passado remoto , na verdade não gosta do outro ; apenas sente falta de sim mesmo, de algo que já foi e por algum mtivo não é mais. Não é preciso ter alguém do seu lado para reviver coisas boas;e por mais melancólico que sejam, as lembranças existem para serem revistas quado se sente saudade .Quem sente falta do outro para suprir algo que já viveu, se engana e, sofridamente, gosta de si mesmo e se perde nisso. e isso muitas vezes tem tapado a visão daqueles que pensam nos outros apenas para satisfazer a si mesmo.e sim: não é algum pecado. é humano, usual...mas ão deixa de ser egoísta.

by mim mesma

pq?

O laço no cabelo
Deuz pra seguir
um caminho certo
O caminho certo
Sorrisos.
Sonhos bons.
a resposta certa.
Belo.
Jardim com Flores.
Empatia.
Um comentário intelectual.
Ser convincente.
conviniente.
Um cartão de aniversário.
Amor. sempre Amor.
Aquele romance agua com açucar.
Pq ?
cansei de me fuder por naum ser.
ou ser.

Caio Fernando Abreu. - trechos

Isso eh dum kra foda, chamado Caio Fernando Abreu, escreveu Morangos Mofados, entre outros.
O primeiro é um dos melhores textos que já li.

"Não que fosse amor de menos,você dizia depois, ao contrário, era amor demais você acreditava mesmo nisso? naquele bar infecto onde costumávamos afogar nossas impotênicas em baldes de lirismo juvenil, imbecil e eu disse não, meu bem o que acontece é que como bons-intelectuais-pequeno-burgueses o teu negócio é homem e o meu é mulher, podíamos até formar um casal incrível, tipo aquela amante de Vrginia Woolf, como era mesmo o nome da fanfachona? Vita, isso, Vita Sackville-West e o veado marido dela, ora não se erice, queridinho, não tenho nada contra veados não, me passa a vodca, o que? e eu lá tenho grana para comprar wyborowas? não, não tenho nada contra lésbicas, não tenho nada contra decadentes em geral, não tenho nada contra qualquer coisa que soe a: uma tentativa. Eu peço um cigarro e ela me atira um maço na cara como quem joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, a velha angústia, saco, massando, ando, mais de duas décadas de convívio cotiano, tenho uma coisa apertada aqui no peito, um sufoco, uma sede, um peso, ah não me venha com essas histórias de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, eu nunca tive porra de ideal nenhum, eu só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, eu só queria era ser feliz, cara, gorda, burra, alienada e completamente feliz. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, eu nem sei o que é dar certo... ai que gracinha nosso livrinhos de Marx, depois Marcuse, depois Reich, depois Castañeda, depois Laing embaixo do braço, aqueles sonhos todos colonizados nas cabecinhas idiotas, bolsas na Sobornne, chás com Simone e Jean-Paul nos 50 em Paris, 60 em Londres ouvindo here comes the sun heres come the sun little darling, 70 em Nova York dançando disco-music no studio 54, 80 a gente aqui mastigando essa coisa porca sem conseguir engolir nem cuspir fora nem esquecer esse azedo a boca. Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito , agora faço o que? não é plagio do Pessoa não, mas em cada canto do meu quarto tenho uma imagem de Buda, uma de mãe Oxum, outra de Jesusinho, um pôster de Freud, às vezes acendo vela, faço reza, queimo incenso,tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma , você vai curtir seus nativos em Sri Lanka depois me manda um cartão postal contando qualquer coisa como ontem a noite, na beira do rio, sem planejar nada, de repente, sabe , por acaso, encontrei um rapaz de tez azeitonas e olhos oblíquos que. Hein? caro que deve haver alguma dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? ora não me venhas com auto-conhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinquenta ácidos, fiz seis anos de análise, já pireide clínica, lembra? voce me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhava entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança enquanto você solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária e bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja,as noites não terminavam nunca , ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, voltei a isso que dizem que é normal, e cadê a causa, meu, cadê a luta, cadê o po-ten-ci-al criativo? Mato, não mato, atordoô minha sede com sapatinhas de Ferro´s Bar ou encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca, neste apartamento que pago com o suor po-ten-ci-al criativo da bunda que dou oito horas diárias para aquela multinacional fodida. Mas, eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, babynão estou louca nem bebada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhma saída, ah não se preocupe,meu bem, depois que voce sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan, depois deito,depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo pra cvv às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-uma-razão-pra-viver-e-sei-que-essa-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o solpintar trás daqueles edifícios sinistros, as não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?ah, passa devagar tua mão na minha cabeça, toca meu coraçãocom teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ele pára e pede, preciso tanto tanto tanto cara, eles não me permitiramser a coisa boa que eu era, eu então estendo o braço e ela fica subitamente pequenina apertada contra meu peito, perguntandose está mesmo mutio feia e meio puta e velha demais e completamente bêbada, eu não tinhas essas marcas em volta dos olhos, eu não tinha esses vincos em torno da boca, eu não tinha este jeito de sapatão cansado, e eu repito que não, que nada,que ela está linda assim, desgrenhada e viva, ela pede que eu coloque uma música e escolho ao acaso o Noturno númerodois em mi bemol de Chpin, eu quer deixá-la assim, dormindo no escuro sobre esta sofá amarelo, ao lado das papoulasquase murchas, embalada pelo piano remoto como uma canção de ninar, mas ela se contrai violenta e pede que eu ponhaAngela outra vez, e eu viro o disco, amor meu grande amor, caminhamos tontos até o banheiro onde sustento sua cabeça para que vomite, e sem querer eu vomito junto, ao mesmo tempo, os dois abraçados...mas ela puxa a descarga e vai me empurrando para a sala, para a porta, pedindo que me vá, e me expulsa para o corredor repetindo não se esqueça entãode me mandar aquele cartão de Sri Lanka, aquele rio lododso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bembonita com você, ela diz, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a genteteve um dia, me deseja també uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tdo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, ns perdemos no meio da estrada e nunca tivemos amapa algum, ninguémdá mais carona e a noite já vem chegando. A chave gira na porta.Preciso me apoiar contra a parede para não cair.Por trásda madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Angela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindoque tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muit bem, tudo bem. Axé, axé , axé! eu digo e insisto até que o elevador chegueaxé, axé, axé, odara!




"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas as tentativas de aproximação. Tenho vontade de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso".(Lixo e Purpurina- Ovelhas Negras)

"sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meu deus como você me doía de vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando." do conto Harriett.

"Deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver nascer uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado"... [Para uma avenca partindo - O Ovo Apunhalado]

Onde andará Dulce Veiga?
"Os dias se interrompiam quando ele ia embora. Recomeçavam apenas no mesmo segundo em que tornava a chegar.Não sei quanto tempo durou. Só comecei a contar os dias a partir daquele em que ele não veio mais." (p. 115)


"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sedno é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver".-do conto Intinerario, do Inventário do Ir-remediavel

"...dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha ou fatalidade, não importa, estamos tão enredados que seria impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece e tenha inventado quem sabe em ti um brinquedo semelhante ao meu para que não passem tão desertas as manhãs e as tardes buscando motivos para os sustos e as insônias e as inúteis esperas ardentes e loucas invenções noturnas, e lentamente falas, e lentamente calo, e lentamente aceito, e lentamente quebro, e lentamente falho, e lentamente caio cada vez mais fundo e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba nem assim nem agora nem aqui... "

Dama da Noite :
"Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite".

"...e vejo os telhados onde jogávamos migalhas de pão para os passarinhos, escondidos para não assustá-los, até que eles viessem, mas não vinham nunca, era dificil seduzir os que têm asas, já sabíamos..."

jupiter encontrou saturno - morangos
- você tem um cigarro?- estou tentando parar de fumar.- eu tb. mas queria alguma coisa nas minhas mãos agora.- vc tem alguma coisa nas mãos agora.- eu?- eusilencio- como é que vc sabe?- o q?- que o menino vai se matar?- sei mtas coisas.- eu não sei nada.- te ensino a saber. não a sentir. não sinto nada. já faz tempo.- eu só sinto, mas não sei o sinto. qdo sei, não compreendo.- ninguém compreende.- às vezes sim. eu te ensino.- dificil. morri em dezembro. com cinco tiros nas costas. vc também.- também. depois saí do corpo. vc já saiu do corpo?(...)

"Você não sabe, mas acontece assim quando você sai de uma cidadezinha que já deixou de ser sua e vai morar noutra cidade, que ainda não começou a ser sua. Você sempre fica meio tonto quando pensa que não quer ficar, e que também não quer - ou não pode - voltar".
De "Uma praiazinha de areia bem clara, ali, na beira da sanga" (conto d'OS DRAGÕES NÃO CONHECEM O PARAÍSO

Mas, eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka,me passa o cigarro, não ,não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing especial, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e aroz integral, absolutamente santa, absolutamnte pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o cvv às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choromingando coisas tipo preciso-tanto-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?

Ovelhas Negras(livro)
"ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo as folhas lá bem ao sul e ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como e devoraria você ah se ousássemos."

Do Livro Inventário do Ir-Remediável
"Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando as perguntas não são feitas. Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver. Em silêncio. (...) O que faz nascer as perguntas não é uma necessidade de conhecimento, mas de ser conhecido."

Inventário (livro)
"Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo. "

Inventário(livro)
"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e pois não ficava. Completo, partiu. "

Galapogos

Smashing Pumpkins
Álbum: Mellon Collie And The Infinitive Sadness
Título:Galapogos

Ain´t it funny how we pretend we´re still a child softly stolen under our blanket skies and rescue me from me, and all that i believe i won´t deny the pain i won´t deny the change and should i fall from grace here with you will you leave me too? carve out your heart for keeps in an old oak tree and hold me for goodbyes-and whispered lullabyes and tell me i am still the man i´m supposed to be i won´t deny the pain i won´t deny the change and should i fall from grace here with you will you leave me too? too late to turn back now, i´m running out of sound and i am changing, changing and if we died right now, this fool you love somehow is here with you i won´t deny the pain i won´t deny the change and should i fall from grace here with you would you leave me too?

sábado, maio 27, 2006

Trechos de Clarice Lispector



"Haveria um grande silêncio em mim, mesmo que eu falasse"

"O coração tem que se apresentar diante do Nada sozinho e sozinho bater em silêncio de uma taquicardia nas trevas.Só se sente nos ouvidos o próprio coração. Quando este se apresenta todo nú, nem é comunicação, é submissão. Pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio, não para o silêncio astral."

..."é só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos é que começamos a saber."

" A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano."

"Por mais intransmissível que fossem os humanos, eles sempre tentavam se comunicar através de gestos, de gaguejos, de palavras mal ditas e malditas."

"A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena"


"E era bom.' Não entender ' era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levara ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma benção estranha como a de ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez."

"Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."

"(...) Sobretudo, pensou ainda, compreende a vida porque não é suficientemente inteligente para não compreendê-la (...)"

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento..."

"eu quero morrer com vida"

"Estou a um quase passo de admitir que a vida que levo é um pretexto para ofuscar a vida que não gostaria de ter. Vida como desculpa por existir. E o incrível é que eu não dou o passo. Fico tão imóvel que estar parada é o meu maior movimento. O mais violento. E não consigo sair exatamente daquele lugar onde todas as sensações ocorrem, justamente por estar tão grudada em mim é onde mais dói: na pele. "

"Um coração insensato, que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras(...), um velho coração que convence seu usuário a publicar segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta."

"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro... Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão."

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada"

"... E se você me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."

"Eu ainda não sei controlar meu ódio mas já sei que meu ódio é um amor irrealizado, meu ódio é uma vida ainda nunca vivida. Pois vivi tudo - menos a vida. E é isso o que não perdôo em mim, e como não suporto não me perdoar, então não perdôo aos outros. A este ponto cheguei: como não consegui a vida, quero matá-la. A minha cólera - que é ela senão reivindicação? - a minha cólera, eu sei, eu tenho que saber neste minuto raro de escolha, a minha cólera é o reverso de meu amor; se eu quiser escolher finalmente me entregar sem orgulho à doçura do mundo, então chamarei minha ira de amor."

"Me deram um nome e me alienaram de mim."

"(...) perder-se também é caminho."

sexta-feira, maio 26, 2006

horas

horas andando em volta da própria e mal acabada razão
um café instantâneo para alimentar a insônia.
ações idiotas.
palavras inúteis.
preferível o silêncio, sinceramente.
erros. eros.
deixa de lado , esquece.
vai, um boa noite pra acalmar ou enganar.
vai embora desse dia.
cansaço.
quem se sente envergonhado por perder levante a mão
horas andando em volta dum pensamento.
de um corpo
que não tem e não entende o porque das braços erguidos.
que jeito???

orass 2

até os morangos apodrecem, darling.

quinta-feira, maio 25, 2006

Orassss!

oras oras...
se for pra falar pense um pouco antes.
não grite.não grite.estou do seu lado.
que isso "companheiro"? vc estah ferando seu "amigo" por querer mais status ?
que issooooooo???
não conte essas mentiras sem acreditar que são verdades.
pense um pouco.
pare de querer sorrir pra todo mundo.
nãoooo grita !
nãooo acredito que vc consegue ser tão burro assim.
Amigô...tenha dó de si mesmo.
como vc consegue!
Fake! So Fake!
vai tira essa máscara enquanto todos olham pros seus sapatos.
Paris!
e daí?
Voce é bem menos do que eu imaginava.
pããããããããã!
Sorry...reprovada mentalmente...
quanta envergadura moral!
simples : se embale pra presente.
Perecível...
logo logo apodrece.

e chega a essa hora...

e chega a essa hora.
em que a gente vê quase tudo indo embora e pensa.porque a morte?
já não basta as derrotas, as histórias mal contadas, as traições pequenas que mais machucam? não basta todo esse mundo exposto a nossa mira?
alguem a toda hora brincando d roleta russa com as vidas? já não basta?
então porque morte?
porque? :~~~
perder confiança, perder amigos, perder sonhos, perder amores.
faz parte.
mas dói.
sorry por ser assim.
me sinto como um gigante q aponta as flechas pra si mesmo.
mas sou pequena

bahhhhhhh!

então, eu me canso fácil dos dias, das minhas vidas, sempre jogadas e mal traçadas. eu tenho dor.fisiológica. e ando aprendendo a andar com o coração um pouco vazio. eu ando procurando um vazio que me preencha por inteira, para q eu não pare pra pensar em coisas que fazem mal. isso, uma auto-defesa de quem já cansou disso tudo. e não existe amor verdadeiro, só o egoísmo de querer se sentir bem ao lado de alguém. sempre caminhando em busca da vitória... e eu sempre me pergunto "Porque???" sempre a mansão. as jóias. e os velhos que se convencem q a vitória valhe a vida. pra mim vitória eh no fim do túnel: sombra e agua fresca. coisas relativas. tem quem ame de verdade? onde está escondido?


sites r0x
http://www.primeiraleitura.com.br/auto/entenda.php?id=6753

http://www.unb.br/ip/web/pos/res_m_2005.htm

http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?sec=94

http://www.klickeducacao.com.br/2006/frontdoor/lista_materia/0,5910,POR-9-109,00.html

http://www.mercadobr.com.br/indexacao/pages/autor_578_1.html

ervas daninhas

homens máquinas.
sinto como se fisgassem meu coração.
pq quase todos são assim?
quase com medo de respirar flores.
aniquilaram os jardins por medo de pragas.
e se a praga for uma flor bonita?soh pq um dia disseram q era praga.
"meu peito tãO dilacerado"... acho q não consigo.
me abraça alguém do bem e me faça sorver vida: vida de verdade.
não esse teatro, não essa tragédia.
essa vida cheia de vírgula.
eu quero um banho de chuva.
eu quero amigos sinceros.
e ervas daninhas no meu quintal.

quem pode explicar?

Já não quero mais me importar com teus dias, teus amigos ou quem seja .
essas coisas q tem me feito sonhar, de tanto medo , eu quero jogar fora...
espero toda hora q chova um pouco e nunca chove.
essa vida q dispersa, dispersa e nunca morre. essa vida dispersa
mas "o que é isso, companheiros"? não posso te responder.
tenho saudades dos q estão longe.
aquela vontade de abraçar.
quem são vcs?
sou estrangeira, ..
"prazer em ser, diferente d vc".
CHuvaaaaaaaa q espera, mas nunca , nunca chove nessa terra do "e se"...

Quem pode explicar? se ao menos fizesse entender!

do homem morto.

hj eu aprendi.
não aprendi a perder as pessoas.
não que elas sejam de minha propriedade.
é mto menos egoísta.por mais q eu seja.
eu não sei ensinar a perder.
n são como objetos, substituiveis.
tenho medo.
sinto mto.
vc n merecia esse destino.desculpe a indelicadeza.
mas vida foi cruel com vc.
de coração, n sei o q dizer nessas horas.

:~~

trabalhas ...

Poko R0x esse texto?!

"Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.Praticas laboriosamente os gestos universais,sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronzeou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerrae sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquinae te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.Caminhas entre mortos e com eles conversassobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.A literatura estragou tuas melhores horas de amor.Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrotae adiar para outro século a felicidade coletiva.Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuiçãoporque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan".

acho q eh d Drummont..sorry

tem issso tbm...

e esses planos humanos?
eles querem conquistar a Lua,
querem morar em marte,
Alugar Jupter.
Pra que?
o Homem não consegue se encontrar,
Não consegue acahar solução para a terra,
tantos problemas.
O homem está destruindo a moradia dos seus filhos
Mas querem pisar na Lua.
tem gente guerreando, tem gente morrendo por petróleo, na Terra
E eles querendo acampar no espaço
o msitério é mais bonito.
A lua é mais bonita quando inatingível.
talvez seja só um preconceito.
temo a ambição huamana
temo o que possa acontecer com as crianças.
Temo seus futuros e seus pais.
Não atravessarão a rua,
atravessarão a Lua
E as férias?
Cansados de Terra,
irão para longe
(o stress!), ah, o stress!
Alugarão um flat, com vista para todos os mares, na Lua.

quando...

Quando me disseram que o mundo era cão,
eu insisti em duvidar...
e agora? pra onde a gente vai quando não se tem estrada
e eu não falo daquele sorriso, não falo daqueles sonhos
eu falo é da vida...
quando no fim do dia, os muros caem e a gente ve por tras da calma
a alma cansada de tanto se enganar.
"a noite dissolve os homens".
o silêncio mede as palavras e não é tão simples quanto imaginara.
eu insisti em teimar, chorar , fazer voltar.
agora cansei...
quero ver como sonham , as pessoas sem abrigo.

"ode" ao cara da palestra

Estou cansada de discursos literários:
tão cheios de rodeios, tanta métrica, ritmo, formalismo, que enchem!
estou me fartando dos palhaços em cima de seus trapézios tentando se mostrar
Homens cultos com cara de cafetões, que gostam de se exibirem com suas falas cultas e seus gestos maquináveis.
Parece e é.Eles são assim.Generais.
Homens cultos.Homens bichos.Homens máquina.
e todos eles embaixo de seus teatros,
tiram suas máscaras e se transformam em ladrões.
Ele era também(disseram).Roubou uma cerveja.Foi preso por ser negro.Diz, por roubar uma cerveja.
Lei estúpida.não existe.
Lei que burla toda lei.
Não há inimigo ao poder.
Um dia ou você se cansará
ou entre eles, será mais um.
Homem bicho.Bicho cão.

alheio infernal!

hj em dia as pessoas não sabem amar.
não me excluo.
n sabem demonstrar , tem vergonha de dizer.
o mundo está mto copiado.xerocado.igual.branco e preto.
as pessoas não sonham por causa da rotina.
as pessoas não sorriem por causa da postura.
não amam por medo de sofrer.
não demonstram pela vergonha.
o alheio. o alheio. o alheio.
o que será que meus amigos vão pensar de mim?
Troxa!
vão pensar, virar a cara e nem lembrar que vc existe.
vão falar mal e seguir suas rotinas .clones.
eu lírico , troxa.
cansada de teorias.
sempre as letras, palavras.
Vê se vive.ama.mastiga,engole a vida , sem bula.
conta-indicações são cópias.
pra vida, regras.
pára.
deixa a mesquinharia de lado.

xerox

que país é esse?" do lado, sempre do lado,. qual seu maior inimigo? quem faz parte do poder? qual é a do poder? tudo que te atinge tira tua estabilidade. vc tem medo de ser. depois vem outras desculpas. te culpa. outras injúrias. tira tua estabilidade. eu digo novamente, xerox. teus traumas e medo. poder individual. se esconde sempre do inesperado. xerox

chove...

chuva na noite,
casa dos dias,
família pra vida..
me sinto nascer e respirar novamente.
não quero voltar.
nem ver todos destroços novamente.
vai segue, tuas escolhas.
passo vida.
eu danço e me abrigo na chuva.

quarta-feira, maio 17, 2006

Depende de quem vê!

Flores bonitas:
ervas daninhas.
Abra a janela:
chove lá fora
numa ilha distante.
um deserto:
dentro da alma.
os passos no corredor:
do hospital.
aquela voz bonita:
secretária eletrônica.
Um sonho :
padaria.
Faça vale "a pena":
compre um pássaro.
Agua de mar:
poluída.
A lua:
de plástico.
Homem:
do mal.
Um corpo:
estirado.
O chão:
molhado.
O jardim:
envenenado.
Bonecos:
quebrados.
Abra a janela
olha para ela...
caída...
pra sempre.



Abra a janela:
Flores bonitas.
Chove lá fora:
no deserto.
Um corpo molhado,
Homem
olhe para ela,
faça valer a pena
aquela voz bonita
dentro da alma.
Os passos no corredor:
um sonho.
No hospital:
ervas daninhas
de plástico.
Uma ilha distante:
A lua estirada
na agua do mar.
O mal:
envenenado.
Secertária eletrônica:
quebrada.
Bonecos:
de padaria.
O chão:
de estrelas.
Faça valer a pena:
compre um passaro :
abra a janela.
olha pra ela...
pra sempre.

pula

na minha janela há uma estrela como na janela do mundo todo as
umas apagadas pela fumaça da rotina, da guerra, do tédio.
outras pelos olhos de quem olha.
quanto tempo demora pra tudo acabar?
quanto tempo pra memória cair do corpo do décimo terceiro andar?
depois de quantos anos a gente aprende a desistir mais fácil?
quando todas as teorias sobraram de falsos espiões
falsas palavras
sintaticamente inúteis
e venenosas.
pensamentos quebrados
um café.
um sonho.
escuridão.
não vai bem.
não vai, meu bem.
bem?
dois cafés.
memória.
e a alma gritando: Pula!Pula!Pula!

gostar de alguém.

o "gostar de alguém" para reviver algo é um engano,voce não gosta de alguem para postar nela uma felicidade mas pelo simples fato de simpatizar com ela. A auto-identificação mostra que quando alguem é parecido conosco a probabilidadede de boas relações é maior. Porque medo do que eh diferente? pisar em terreno descohecido é descofortável para quem jah se acostumou com o que foi imposto a vida toda. Sem ideais romanticos de amores platonicos ou canções inacabadas, que sempre terminam em pedras e/ou finais conhecidos, é bom gostar e aprender com isso. Aqueles que gostam das pessoas porque elas remetem à uma infancia ou passado remoto , na verdade não gosta do outro ; apenas sente falta de sim mesmo, de algo que já foi e por algum mtivo não é mais. Não é preciso ter alguém do seu lado para reviver coisas boas;e por mais melancólico que sejam, as lembranças existem para serem revistas quado se sente saudade .
Quem sente falta do outro para suprir algo que já viveu, se engana e, sofridamente, gosta de si mesmo e se perde nisso. e isso muitas vezes tem tapado a visão daqueles que pensam nos outros apenas para satisfazer a si mesmo.
e sim: não é algum pecado. é humano, usual...mas ão deixa de ser egoísta.

segunda-feira, maio 15, 2006

LOSERRRRRRR!

não me importa sua beca ou seu perfume frances.
não me importa sua banda cover de linkin park
e nem se vc fala tailandes.
nem suas viagens inesqueciveis pra europa.
meu corpo agora só fala portugues
e precio disso..nd mais.
pra q tanta futilidades se vc pode se distrair andando no preto e branco?
LOSER!

ceptico

Edmundo, o céptico - Cecília Meireles
mensagem:
EDMUNDO, O CÉPTICOCecília MeirelesNaquele tempo, nós não sabíamos o que fosse cepticismo. Mas Edmundo era cépti¬co. As pessoas aborreciam-se e chamavam-no de teimoso. Era uma grande injus¬tiça e uma definição errada.Ele queria quebrar com os dentes os caroços de ameixa, para chupar um melzinho que há lá dentro. As pessoas diziam-lhe que os caroços eram mais duros que os seus dentes. Ele que¬brou os dentes com a verificação. Mas verificou. E nós todos aprendemos à sua custa. (O cepti¬cismo também tem o seu valor!)Disseram-lhe que, mergulhando de cabeça na pipa d’água do quintal, podia morrer afo¬ga¬do. Não se assustou com a idéia da morte: queria saber é se lhe diziam a verdade. E só não morreu porque o jardineiro andava perto.Na lição de catecismo, quando lhe disseram que os sábios desprezam os bens deste mun¬do, ele perguntou lá do fundo da sala: “E o rei Salomão?” Foi preciso a professora fazer uma conferência sobre o assunto; e ele não saiu convencido. Dizia: “Só vendo.” E em certas ocasiões, depois de lhe mostrarem tudo o que queria ver, ainda duvidava. “Talvez eu não tenha visto direito. Eles sempre atrapalham.” (Eles eram os adultos.)Edmundo foi aluno muito difícil. Até os colegas perdiam a paciência com as suas dúvi¬das. Alguém devia ter tentado enganá-lo, um dia, para que ele assim desconfiasse de tudo e de todos. Mas de si, não; pois foi a primeira pessoa que me disse estar a ponto de inventar o moto contínuo, invenção que naquele tempo andava muito em moda, mais ou menos como, hoje, as aventuras espaciais.Edmundo estava sempre em guarda contra os adultos: eram os nossos permanentes adversários. Só diziam mentiras. Tinham a força ao seu dispor (representada por várias formas de agressão, da palmada ao quarto escuro, passando por várias etapas muito variadas). Edmundo reconhecia a sua inutilidade de lutar; mas tinha o brio de não se deixar vencer facilmente.Numa festa de aniversário, apareceu, entre números de piano e canto (ah! delícias dos saraus de outrora!), apareceu um mágico com a sua cartola, o seu lenço, bigodes retorcidos e flor na lapela. Nenhum de nós se importaria muito com a verdade: era tão engraçado ver saírem cinqüenta fitas de dentro de uma só... e o copo d’água ficar cheio de vinho...Edmundo resistiu um pouco. Depois, achou que todos estávamos ficando bobos demais. Disse: “Eu não acredito!” Foi mexer no arsenal do mágico e não pudemos ver mais as moedas entrarem por um ouvido e saírem pelo outro, nem da cartola vazia debandar um pombo voando... (Edmundo estragava tudo. Edmundo não admitia a mentira. Edmundo morreu cedo. E quem sabe, meu Deus, com que verdades?)MEIRELES, CECÍLIA. Edmundo, o céptico. In Quadrante 2.Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1962