quinta-feira, abril 10, 2008

Sem nome adquirido

madrugada, e o relógio desperta avisando-me que ainda não é fim de semana.meto-lhe a mão pedindo, implorando, mais alguns poucos minutos de sono.
ele cede, mas depois de alguns segundos, volta a gritar insandecidamente.ainda não sei porque não comprei um galo,ao menos, à ira matinal ele não escaparia e me valeria um belo almoço.
-tá bom, tá bom, já vou...
levanto com a cara inchada e olheiras enormes, sento na cama, acendo o cigarro, e enquanto a chama queima, o primeiro pensamento que vem é: vai, minha filha, à luta!, coloco as pantufas rosas de lacinhos cor de abóbora , que fora de minha avó, preparo o chá, as torradas e a paciência.
tomo um banho de gato e espero com, aquela paciência, o ônibus, que nesses dias, demoram mais a chegar, e finalmente...me sinto como os "boias-frias" no meio de tanta esfregação, odorese etecetera .
dou bom dia ao cobrador, querendo mandar sua mãe-jesus-maria-e-josé pro diabo que lhes carregue.
chegando à academia, mas conhecida por muitos por universidade, me deparo com sujeitos, não sendo extremista, mas já sendo: um tanto quanto bizarros.no sentido bizarrice. com educação- aquela que sendo dada por minha avó, prezo - cumprimento-os.
acendo outro cigarro para desestressar do busão pau-de-arara.e também pelos sujeitos bizarros. termino e quase apago o filtro na velha que diz: não vai pra aula, não ?
- sinto muito, minha senhora, mas uma hora dessas era pra eu estar na Dinamarca, de ressaca brava de pó, LSD, haxixe, heroína, sexo,.
fico quieta, graças a deuz inventaram a música e os fones de ouvido, que são utéis até desligado.
entro, não obedecendo-a, mas de tanto a consciencia pesar pensando em voltar pra casa e dormir ouvindo Pink Floyd me apoiar : Hey teacher, leave them kids alone.
- com licença.
e pensando em me chamar a atenção por mais um dia de atraso :
- toda, senhorita.
vou andando pelo corredor da sala, apoiando nas carteiras- derrubo caneta, livros, lápis,réguas e o que tiver em frente ao meu nariz, que olhando de longe não parece tão interminável.
procuro a última carteira e sento, semi-conformada em estar ali.
observo as pessoas, enquanto um tenta matar a mosca que sobrevoa sua cabeça e outros dormem, vejo a guria ao meu lado, meu deuz, mas deve estar muito interessante ou ela apostou com alguém que se não mirasse o professor a aula inteira, pagaria um bom valor, pela concentração que noto, a vida, talvez.
volto-me para o professor, que , de leve, me lembra James Brown...mas, levemente, porque james jamais usaria guarda-pó e falaria sobre...
volto a olhar para a , só agora descubro que não sei o nome dela, chamarei-a de Compenetrada:
- psiu, psiu, bom dia ( o bom dia é uma breve escapatória por não me lembrar de sua graça), qual a matéria ?
e a resposta me vem certeira: - teorema da decomposição.
e eu achando que era matemática e não anatomia: - ah , sim (como não!)- esses teoremas e solto uma breve risada de quem entende tudo, nos mínimos detalhes, sobre o assunto.
eureka! numa sinopse, descubro que professores de matemática não passam de informantes de uma seita secreta...e assinando minha teoria, ele diz coisas como:10x ao quadrado menos a raíz de trez elevado a 47 é igual a y menos z, vezes a área do triangulo equilátero.
são códigos, sim códigos , dos quais os que não estão informados, não compreendem.
penso sempre em soltar um w menos k é igual a 20 vezes o local do crime. mas certamente, ele disfaraçaria, e com seu carro, me levaria amordaçada até o lago mais distante e aos poucos, cortando pedaço por pedaço , apenas por ter descoberto toda farsa.
Mafioso, talvez seja um italiano, fantasiado de James Brown só pra adquirir simpatia alheia.
olho a cada minuto no relógio, e sempre viro pro matador de moscas perguntando as horas.
, achando que a cada um minuto meu relógio pára e passam séculos e mais séculos, quando ele,(ah, se ao menos me enganasse), diz, com toda frieza dos matadores de moscas, que passaram quatro,...quatro minutos.

valerá

eu ouço música com a alma.
talvez pensar com o coração, seja a punição do deuz, para nós.
andar pelas ruas esperando que a chuva caia de leve pra sentir a dança dos bonecos de palito nas palmas.
uma vez você escreveu,entre aspas, que tudo vale a pena se a alma não é pequena .
como se mede ?
lembra de quando passeavamos pelas ruas, embriagados de liberdade...sinto falta de um dedo apontando pra mim e com olhar de afeto por trás.
as vezes vejo gente em árvores.
mas, quem não tem alma, não permite que sejamos assim: com asas.
te deixo ser.
me deixe, por favor.
eu ouço aquela música com a alma .
e com as folhas amarelas, amassadas em meio à tanta cinza e tempo.
meu segredo é do tamanho do vento.
e das coisas que valem a pena.

ponte

a vida é uma ponte...
as pessoas, são o grande borbulhar da agua e do fogo.
mal se sabe onde cair.
queimar ou se afogar.
tem gente que nem olha nos olhos.
tem gente que não anda na chuva.
e aponta pro nariz alheio.quando, está apontando pro próprio umbigo.
e lá, existe seu próprio rei.
seus elogios.
suas odes.
e toda sujeira do mundo.
esses atravessam a ponte,cegados pelo ouro do lado oposto.

quarta-feira, abril 02, 2008

não mais com olhos de criança, descubro que o mundo é mundo cão.
e tampouco existe a mão de deuz pra afagar .
nem amor altruísta.
qual é a parte que nos completa?
e faltam quantos anos, minutos pra ela chegar ?
menina, espere sentada.
sorte são pros poucos, pouquíssimos.
antes loira-burra-funkeira, que existencialista.