terça-feira, agosto 29, 2006

Caio Fernando Abreu

Sugestões para Atravessar Agosto

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro - e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.

Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir. Dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons deixam a vontade impossível de morar neles; se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos, de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzsche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos.

Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos - ou precauções - úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia, categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo zap!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um.Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún, ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à luz da lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informação para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo; evasão, escapismos. Assumidos, explícitos.

Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter demais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros".

(A Nair e Zaél Abreu)

"Pois em mim mesma eu vi como é o inferno... - E porque minha alma é tão ilimitada que já não é eu, e porque ela está tão além de mim - é que sempre sou remota a mim mesma, sou-me inalcançável como me é inalcançável um astro......O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal......- Mas de mim depende eu vir a ser o que fatalmente sou...E não preciso sequer cuidar da minha alma, ela cuidará fatalmente de mim, e não tenho que fazer para mim mesma uma alma: tenho apenas que escolher viver.Somos livres, e este é o inferno."

Clarice Lispector, A PAixão Segundo G.H.

segunda-feira, agosto 28, 2006

"E é certo que a mão que segura o corpo à beira do penhasco guarda mil segredos embora seja fato,tenha apenas 5 dedos.Porque a vida imita a carne... sangra, seca e arde.Porque a carne imita a vida... suja, curta e perdida."

domingo, agosto 27, 2006

"Puta que o pariu: o homem foi à Lua e ninguém descobriu a cura para uma lesão na medula.Oras bolas, vão todos tomar no cu."

Dama da Noite - Caio Fernando Abreu. FÓDASSO ! .

Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - tá me entendendo, garotão?Nada, você não entende nada. Dama da noite. todos me chamam e nem sabem que durmo o dia inteiro. Não suporto: luz, também nunca tenho nada pra fazer - o quê? Umas rendas aí. É, macetes. Não dou detalhe, adianta insistir. Mutreta, trambique, muamba. Já falei: não adianta insistir, boy . Aprendi que, se eu der detalhe, você vai sacar que tenho grana e se eu tenho grana você vai querer foder comigo só porque eu tenho grana. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Pára de rir, senão te jogo já este copo na cara. Pago o copo, a bebida. Pago o estrago e até o bar, se ficar a fim de quebrar tudo. Se eu tô tesuda e você anda duro e eu precisar de cacete, compro o teu, pago o teu. Quanto custa? Me dil que eu pago. Pago bebida, comida, dormida. E pago foda também, se for preciso.Pego, claro que eu pego.
Pego sim, pego depois. É grande? Gosto de grande, bem grosso. Agora não. Agora quercì falar na roda. Essa roda, você não vê, garotão? Está por aí. rodando aqui mesmo. Olha em volta, cara. Bem do teu lado. Naquela mina ali, de preto, a de cabelo arrepiadinho. Tá bom, eu sei: pelo menos dois terços do bar veste preto e tem cabelo arrepiadinho, inclusive nós. Sabe que, se há uns dei anos eu pensasse em mim agora aqui sentada com você, eu não ia acreditar? Preto absorve vibração negativa, eu pensava. O contrário de branco, branco reflete. Mas acho que essa moçada tá mais a fim mesmo é de absorver, chupar até o fundo do mal - hein? Depois, até posso. Tem problema, não. Mas não é disso que estou falando agora, meu bem.Você não gosta? Ah, não me diga, garotinho. Mas se eu pago a bebida, eu digo o que eu quiser, entendeu? Eu digo meu-bem assim desse jeito, do jeito que eu bem entender. Digo e repito: meu-bem-meu-bem-meu-bem. Pego no seu queixo a hora que eu quiser também, enquanto digo e repito e redigo meu-bem-meu-bem. Queixo furadinho, hein? Já observei que homem de queixo furadinho gosta mesmo é de dar o rabo. Você já deu o seu? Pelo amor de Deus, não me venha com aquela história tipo sabe, uma noite, na casa de um pessoal em Boiçucanga, tive que dormir na mesma cama com um carinha que. Todo machinho da sua idade tem loucura por dar o rabo, meu bem. Ascendente Câncer, eu sei: cara de lua, bunda gordinha e cu aceso. Não é vergonha nenhuma: tá nos astros, boy. Ou então é veado mesmo, e tudo bem.Levanta não, te pago outra vodca, quer? Só pra deixar eu falar mais na roda. Você é muito garoto, não entende dessas coisas. Deixa a vida te lavrar a cara, antes, então a gente. Bicho, esquisito: eu ia dizer alma, sabia? Quer que eu diga? Tá bom, se você faz tanta questão, posso dizer. Será que ainda consigo, como é que era mesmo? Assim: deixa a vida te lavrar a alma, antes, então a gente conversa. Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses
monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca, olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino. Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha.A roda? Não sei se é você que escolhe, não. Olha bem pra mim - tenho cara de quem escolheu alguma coisa na vida? Quando dei por mim, todo mundo já tinha decorado a tal palavrinha-chave e tava a mil, seu lugarzinho seguro, rodando na roda. Menos eu, menos eu. Quem roda na roda fica contente. Quem não roda se fode. Que nem eu, você acha que eu pareço muito fodida? Um pouco eu sei que sim, mas fala a verdade: muito? Falso, eu tenho uns amigos, sim. Fodidos que nem eu. Prefiro não andar com eles, me fazem mal. Gente da minha idade, mesmo tipo de. Ia dizer problema, puro hábito: não tem problema. Você sabe, um saco. Que nem espelho: eu olho pra cara fodida deles e tá lá escrita escarrada a minha própria cara fodida também, igualzinha à cara deles. Alguns rodam na roda, mas rodam fodidamente. Não rodam que nem você. Você é tão inocente, tão idiotinha com essa camisinha Mr. Wonderful. Inocente porque nem sabe que é inocente. Nem eles, meus amigos fodidos, sabem que não são mais. Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais. Mocidade é isso aí, sabia? Sabe nada: você roda na roda também, quer uma prova? Todo esse pessoal da preto e cabelo arrepiadinho sorri pra você porque você é igual a eles. Se pintar uma festa, te dão um toque, mesmo sem te conhecer. Isso é rodar na roda, meu bem.

Pra mim, não. Nenhum sorriso. Cumplicidade zero. Eu não sou igual a eles, eles sabem disso. Dama da noite, eles falam, eu sei. Quando não falam coisa mais escrota, porque dama da noite é até bonito, eu acho. Aquela flor de cheiro enjoativo que só cheira de noite, sabe qual? Sabe porra: você nasceu dentro de um apartamento, vendo tevê. Não sabe nada. fora essas coisas de vídeo, performance, high-tech, punk, dark. computador, heavy-metal e o caralho. Sabia que eu até vezenquando tenho mais pena de você e desses arrepiadinhos de preto do que de mim e daqueles meus amigos fodidos? A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar. sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente. Tava tudo morto quando você nasceu, boy, e eu já era puta velha. Então eu tenho pena. Acho que sou melhor, sei porque peguei a coisa viva. Tá bom, desculpa, gatinho. Melhor, melhor não. Eu tive mais sorte, foi isso? Eu cheguei antes. E até me pergunto se não é sorte também estar do lado de fora dessa roda besta que roda sem fim, sem mim. No fundo, tenho nojo dela - você?Você não viu nada, você nem viu o amor. Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze. Já nasceu de camisinha em punho, morrendo de medo de pegar Aids. Vírus que mata. neguinho, vírus do amor. Deu a bundinha, comeu cuzinho. pronto: paranóia total. Semana seguinte, nasce uma espinha na cara e salve-se quem puder: baixou Emílio Ribas. Caganeira, tosse seca, gânglios generalizados. Õ boy, que grande merda fizeram com a tua cabecinha, hein? Você nem beija na boca sem morrer de cagaço. Transmite pela saliva, você leu em algum lugar. Você nem passa a mão em peito molhado sem ficar de cu na mão. Transmite pelo suor, você leu em algum lugar. Supondo que você lê, claro. Conta pra tia: você lê, meu bem? Nada, você não lê nada. Você vê pela tevê, eu sei. Mas na tevê também dá, o tempo todo: amor mata amor mata amor mata. Pega até de ficar do lado, beber do mesmo copo. Já pensou se eu tivesse?
Eu, que já dei pra meia cidade e ainda por cima adoro veado.Eu sou a dama da noite que vai te contaminar com seu perfume venenoso e mortal. Eu sou a flor carnívora e noturna que vai te entontecer e te arrastar para o fundo de seu jardim pestilento. Eu sou a dama maldita que, sem nenhuma piedade, vai te poluir com todos os líquidos, contaminar teu sangue com todos os vírus. Cuidado comigo: eu sou a dama que mata, boy. Já chupou buceta de mulher? Claro que não, eu sei: pode matar. Nem caralho de homem: pode matar. Já sentiu aquele cheiro molhado que as pessoas têm nas virilhas quando tiram a roupa? Está escrito na sua cara, tudo que você não viu nem fez está escrito nessa sua cara que já nasceu de máscara pregada. Você já nasceu proibido de tocar no corpo do outro. Punheta pode, eu sei, mas essa sede de outro corpo é que nos deixa loucos e vai matando a gente aos pouquinhos. Você não conhece esse gosto que é o gosto que faz com que a gente fique fora da roda que roda e roda e que se foda rodando sem parar, porque o rodar dela é o rodar de quem consegue fingir que não viu o que viu. O boy, esse mundo sujo todo pesando em cima de você, muito mais do que de mim e eu ainda nem comecei a falar na morte...Já viu gente morta, boy? É feio, boy. A morte é muito feia, muito suja, muito triste. Queria eu tanto ser assim delicada e poderosa, para te conceder a vida eterna. Queria ser uma dama nobre e rica para te encerrar na torre do meu castelo e poupar você desse encontro inevitável com a morte. Cara a cara com ela, você já esteve?
Eu, sim, tantas vezes. Eu sou curtida, meu bem. A gente lê na sua cara que nunca. Esse furinho de veado no queixo, esse olhinho verde me olhando assim que nem eu fosse a Isabella Rossellini levando porrada e gostando e pedindo eat me eat me, escrota e deslumbrante. Essa tontura que você está sentindo não é porre, não. É vertigem do pecado, meu bem, tontura do veneno. O que que você vai contar amanhã na escola, hein? Sim, porque vocé ainda deve ir à escola, de lancheira e tudo. Já sei: conheci uma mina meio coroa, porra-louca demais. Cretino, cretino, pobre anjo cretino do fim de todas as coisas. Esse caralhinho gostoso aí, escondido no meio das asas, é só isso que você tem por enquanto. Um caralhinho gostoso, sem marca nenhuma. Todo rosadinho. E burro. Porque nem brochar você deve ter brochado ainda. Acorda de pau duro, uma tábua, tem tesão por tudo, até por fechadura. Quantas por dia? Muito bem, parabéns: você tá na idade. Mas anota aí pro teu futuro cair na real: essa sede, ninguém mata. Sexo é na cabeça: você não consegue nunca. Sexo é só na imaginação. Você goza com aquilo que imagina que te dá o gozo, não com uma pessoa real, entendeu? Você goza sempre com o que tá na sua cabeça, não com quem tá na cama. Sexo é mentira, sexo é loucura, sexo é sozinho, boy.Eu, cansei. Já não estou mais na idade. Quantos? Ah, você não vai acreditar, esquece. O que importa é que você entra por um ouvido meu e sai pelo outro, sabia? Você não fica. você não marca. Eu sei que fico em você, eu sei que marco você. Marco fundo. Eu sei que, daqui a um tempo, quando você estiver rodando na roda, vai lembrar que, uma noite. sentou ao lado de uma mina louca que te disse coisas, que te falou no sexo, na solidão, na morte. Feia, tão feia a morte, boy. A pessoa fica meio verde, sabe? Da cor quase assim desse molho de espinafre frio. Mais clarinho um pouco, mas isso nem é o pior. Tem uma coisa que já não está mais ali, isso é o mais triste. Você olha, olha e olha e o corpo fica assim que nem uma cadeira.
Uma mesa, um cinzeiro, um prato vazio. Uma coisa sem nada dentro. Que nem casca de amendoim jogada na areia, é assim que a gente fica quando morre, viu, boy? E você, já descobriu que um dia também vai morrer?Dou, claro. Ficou nervosinho, quer cigarro? Mas nem fumar você fuma, o quê? Compreendo, compreendo sim, eu compreendo sempre, sou uma mulher muito compreensiva. Sou tão maravilhosamente compreensiva e tudo que, se levar você pra minha cama agora e amanhã de manhã você tiver me roubado toda a grana, não pense que vou achar você um filho da puta. Não é o máximo da compreensão? Eu vou achar que você tá na sua, um garotinho roubando uma mulher meio pirada, meio coroa, que mexeu com sua cabecinha de anjo cretino desse nojento fim de todas as coisas. Tá tudo bem, é assim que as coisas são: ca-pi-ta-lis-tas, em letras góticas de neon. Mulher pirada e meio coroa que nem eu tem mais é que ser roubada por um garotinho ïmbecil e tesudinho como você. Só pra deixar de ser burra caindo outra vez nessa armadilha de sexo.
Fissura, estou ficando tonta. Essa roda girando girando sem parar. Olha bem: quem roda nela? As mocinhas que querem casar, os mocinhos a fim de grana pra comprar um carro, os executivozinhos a fim de poder e dólares, os casais de saco cheio um do outro, mas segurando umas. Estar fora da roda é não segurar nenhuma, não querer nada. Feito eu: não seguro picas, não quero ninguém. Nem você. Quero não, boy. Se eu quiser, posso ter. Afinal, trata-se apenas de um cheque a menos no talão, mais barato que um par de sapatos. Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.
Só por ele, por esse que ainda não veio, te deixo essa grana agora, precisa troco não, pego a minha bolsa e dou a fora já. Está quase amanhecendo, boy. As damas da noite recolhem seu perfume com a luz do dia. Na sombra, sozinhas. envenenam a si próprias com loucas fantasias. Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem. Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui. continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Parada pateta ridícula porra-louca solitária venenosa. Pós-tudo, sabe como? Darkérrima, modernésima, puro simulacro. Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.

sexta-feira, agosto 25, 2006

"Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados. Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. "
(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, agosto 21, 2006

Os adolescentes buscam liberdade.
Que liberdade é essa que se quer sempre mais?
na verdade, não é liberdade.
É só a tentativa de preencher o "certo" vazio dessa fase. daí você pensa que todos a sua volta o reprime. Mas quem se reprime é você.
Acho bonito os adultos em busca da liberdade, entende!? porque isso é realmente o ideal, e não a explosão de hormônios ou a falta deles.
não foram capazes de conviver com os sapatos, ternos e gravatas.
Realmente, tudo depende da maneira de se ver.
Não existe somente o sim OU o não.
Vejo as coisas como sim E não; não como esses dois fossem um "talvez", mas como uma mudança habitual: ser a contradição de si mesmo. Mudo, revivo, morro, sobrevivo.
viver sobrevivendo e tentando "ser".
Não ser como sinônimo de ter, hoje é tudo tão "desrespeitoso" e um pouco confuso, que já assimilam ser alguém com ter sucesso, vitória .
ser alguem é ser voce mesmo , ou o que quiser ser. simples.
sem ter que mostrar diplomas e pódios.
ser ou não ser ? - os dois. gosto tanto dessa frase. tanto .

domingo, agosto 20, 2006

"O céu muito escuro: naquela noite, não haveria estrelas cadentes. Passou as mãos pelos braços. Não conseguia aterrorizar-se , e há muito tempo não sentia frio. Fizera seu apredizado de solidão enquanto as coisas sentidas a cada dia tornavam-se mais e mais semelhantes, para finalmente permanecerem numa massa informe a escorrer monótona por dentro dele, alterando-se apenas em insignificantes cintilações cotidianas. Apenas reagia. Tudo ali estaria para sempre excessivamente silencioso para que se pudesse soltar um grito ou chorar sozinho no escuro , como nos primeiros tempos. "

"Os olhos, ela viu, os olhos tinham mudado. Estavam parados, com uma coisa no fundo que parecia paz. Ou desencanto."

(Paris não é uma festa)


"De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã."

"Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, a gente, as pessoas infelizmente têm, temos, essa coisa, as emoções, mas te deténs, infelizmente? O outro talvez perguntaria porque infelizmente?Então dirás rápido, para não te desviares demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas, ìnfelizmente`, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm temos –emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. "

sábado, agosto 19, 2006

Esse é um dos mais fódas de Pessoa.

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Lendo : Mário de Andrade.

"Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma chuva triste de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
-- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. "


"O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
- Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
- Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada?
A moça se lembrava: - A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prossegui com muita doçura: - Antônia, você parece uma lagarta listada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu: - Antônia, você é engraçada! Você parece louca"

Lendo : Mário de Andrade.

"Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma chuva triste de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
-- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. "


"O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
- Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
- Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada?
A moça se lembrava: - A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prossegui com muita doçura: - Antônia, você parece uma lagarta listada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu: - Antônia, você é engraçada! Você parece louca"

terça-feira, agosto 15, 2006

Arte.
Isso e aquilo : definem.
Arte é a busca por um sentimento bonito. parnasianismo!? - talvez.
Dizem q existe a arte "descompromissada, desapegada". mas então , o que busca ela? - Descompromisso, desapego ? , busca sentimentos. e o que são sentimentos? - o belo da "coisa", por mais q digam q existam os feios.
Arte é coisa de se enganar, na maioria das vezes. e tem quem cai.
Canudos de plásticos representando o furor do mundo diante dos sonhos sanguinários do poder: No Máximo: Guerra de Canudos.
BONITO.essa tal coisa de colocar uma moldura na tristeza, no ódio, na dor, na alegria;
O homem vê o que quer.muitas vezes, sente o que quer ou o q manipulam.
arte é falsificação do "tapa na cara".é muitas vezes inútil.
n é de inutilidade que o mundo vái acabar.
nem de arte.

domingo, agosto 13, 2006

"por que as coisas sempre se repetem? fuga. chuva. estou tendo um colapso nervoso. fuga. chuva. morre em nova york turista do nepal. esse remédio é bom. você vai dormir num instante. transe. o homem levantou cedo e saiu de casa. morreu na contra-mão atrapalhando o trânsito. acordo sobressaltado. espere, sou alérgico.eu sempre quis ter um canivete. pesadelo, sonho de marinheiro, marujo sem mar, tormenta nas raias do ar. la dolce vita. escravos.dirigiu-se para o trabalho em seu carro. não, não posso engolir isso. a natureza é cruel. cuidado cuidado. a maçaneta emperrada. ao fazer curva colidiu e capotou. foi três a dois para o corinthians. capotou. macarrão no almoço, macarrão no jantar. injeta na veia. triste fim de quem um dia te quis. capotou, capotou e explodiu. música, adoro essa música. unidade de tratamento intensivo: poribida a entrada de pessoas não autorizadas. eu irei mudar o mundo. proibido fumar. portas automáticas. sozinho, sozinho eu sigo meu caminho. estrondo como cair de árvore, em arremedo o arrebol. silêncio. eu irei curar o mundo. sonífero estardalhaço de folhas ao vento. meu coração está parado. proibido pensar. febre. eu sei o que estou fazendo. febre. eu perdi o meu guarda chuva. febre. eu irei currar o mundo. ele está entrando em coma. eu sou músico . o sangue da menstruação é doce como maçã. trinta por cento da população é analfabeta. florestas dizimadas. afinem seus instrumentos. e os outros sessenta por cento? o papel é feito de árvores. o amor é bom, mas custa caro. cuidado. ele está tendo convulsões. os outros setenta por cento não gostam de ler. minha mulher me traiu. esqueçam o que eu disse. lalá ficou lelé porque viu a lili dando o loló pro lulu. preciso de mais jornal para embrulhar os peixes. o palhaço matou o trapezista e fugiu do circo. essa é a vida que eu sempre quis, eu sou corno mas sou feliz. enchente mata cem, a água turva é inimiga dos homens. belle hideusement dún ulcère à l'ànus. um piquenique num dia de sol, só eu e você. a vida não é boa, mas só se morre uma vez. a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing.queda de temperatura, cavernas, geleiras e fósseis. eu gosto de ler. tudo deveria começar com uma grande explosão, se houvesse começo. corram, rápido, o caminho é por aqui. não há começo num círculo. nada de pânico. flechas desenham um arco, o ponto mais alto e a queda. li mais de mil livros. formigas formigas, para que tanto trabalho? e a seda azul da manhã que envolve a maçã. na casa dos espelhos o medo é o mesmo. por que as coisas sempre se repetem? en un lugar de la mancha, de cuyo nombre no quiero acordarmeno ha mucho tiempo que vivía un hidalgo de los de lanza e astillero, adarga antigua, rocín flaco y galgo corredor. o medo é o que vem primeiro. eu acho que te conheço de algum lugar. coloquem as partituras no lugar. o fundo do mar é tão estranho que às vezes me esqueço que não o conheço. tenho um cisco no olho. de todas as pessoas que eu tentei amar, você é a que menos esuqeço. tenho visto de tudo, há um cansaço de enxergar. se o milagre fosse mil o meu seria mal. melodia apropriada essa, primeiro divaga, depois resgata, evolui e esquece. fui internado diversas vezes como louco, isso, no fundo, me dá gosto. a morte e a donzela. há algo que quando se perde nunca se recupera. o ritmo é rápido, modulado, nunca se perde em seu desfecho. rosebud. todo abismo é navegável a barquinhos de papel. teria sido um grande homem se não fosse rico. spades dance best from the hip. afinem seus instrumentos. eis-me aqui. "

vide bula

" vide bula:

sintomas:
angústia, raiva, tédio, solidão, hipersensibilidade auditiva: qualquer som incomoda, principalmente os articulados.
coceira no canto da alma: tendência em potencializar o que há de sombrio e imagético no labirinto constitutivo da personalidade. vontade desesperadora de ser outro, de preferência ninguém. inchaço seguido de inflamação nas paredes vasculares que prendem o coração ao seu ritmo aterrorizante de vida. entupimento das veias oníricas que irrigam cerébro.


diagnóstico:
lucidez momentânea da condição humana.


posologia:
roleta russa duas vezes ao dia. não desaparecendo os sintomas, procurar uma corda. ou tentar ioga."



Coffe and TV

Artista:Blur
Álbum:13
Título:Coffee & Tv


Do you feel like a chain store?
Practically flooredOne of many zeros
Kicked around bored
Your ears are full but your empty
Holding out your heart
To people who never really
Care how you are
So give me coffee and tv
HistoryI’ve seen so much
I’m goin blind
And I’m braindead virtually
SociabilityIt’s hard enough for me
Take me away form this big bad world
And agree to marry me
So we can start all over again
Do you go to the countryIt isn’t very far
There’s people there who will hurt you
Cos of who you are
Your ears are full of the language
There’s wisdom there you’re sure’til the words start slurring
And you can’t find the door
So give me coffee and tv
HistoryI’ve seen so much
I’m goin blind
And I’m braindead virtually
Sociability
It’s hard enough for me
Take me away form this big bad world
And agree to marry me
So we can start all over again
So give me coffee and tv
HistoryI’ve seen so much
I’m goin blindAnd I’m braindead virtually
SociabilityIt’s hard enough for me
Take me away form this big bad world
And agree to marry meSo we can start all over again
Oh... we could start over again
Oh... we could start over again
Oh... we could start over again
Oh... we could start over again

sábado, agosto 12, 2006

A Pessoa Errada

A Pessoa Errada
Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho, chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é pra na hora que vocês se encontrarem, a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível. Essa pessoa talvez te magoe, e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo,conseguindo. E só assim é possível chegar àquele momento do dia, em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo" quando na verdade, tudo o que ele quer é que a gente encontre a pessoa errada, pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...(Luis Fernando Veríssimo)

ela quer saber o que fazer, pra não fazer o que sente

sexta-feira, agosto 11, 2006

Extremismo imbecil
Jogo na sua cara.
Jogo novamente.
Obrigatoriedade nojenta!

é isso. eu quero que se foda.

S-E F-O-D-A !
só me fodo.
tudo errado sempre.
palavra errada.
cara errada.
sentimento errado.
caminho errado..
PRAZER EM SER DIFERENTE DE VOCÊ.

to putééééérrrimaaaaaaaaaaaaaaaaaa dos nervos!

1 2 3 e FUCKING HOSTILEEEEEEEEEEEEEEE!
again:
FUCKINGGGGGGG
FUCKINGGGGGGGGGGGGG
FUCKINGGGGGGGGGGGGGGGGGG
HOSTILEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!

odeio essa merda de poder.
odeio essa merda de coisa chamada : PM.
.
Putos de Merda!.
dá um suco de H2SO4, por favor !

"Minha mente foi programada para esquecer fatos ruins. Portanto se aconteceu algo no passado que por algum motivo eu não gostei, eu não sei. Fiz isso porque odeio odiar.Mas houve um erro nessa programação: eventualmente as coisas boas são apagadas também."

to meio bitch hoje.
sono.
não passa, não passa.
o tempo não passa.
a aula não passa.
ele não cala.
o ar não apaga.
a luz não apaga.
desmaiar-te-ei.
sim.
quase-isso.
captemos a essência.

que inutil, darling!

aula de matemática.
sim. a hiperbole. ´
tá bom.
já não bastava a garganta arranhando.

função preço X quantidade.
oi. vc. q eh isso q ele tá falando?
- variação!
ah sim, variação!
já não bastava a dor de cabeça.
prefiro tds juntos.
mas aula de matematica eh de ferrar os pinos.
ferrar os pinos?
é. tá frio. aula de matematica. tá cedo. não consigo entender variante e os derivados.
tá certo.
deve tá certo.
frriiooo.
PQP que guria reclamona!
é. tudo. menos matemática.
ainda bem q tem isso aqui!

quinta-feira, agosto 10, 2006

" Não será o temor da loucura que nos forçará a hastear a bandeira de imaginação a meio pau".

segunda-feira, agosto 07, 2006

eu?
quero mais eh q se foda de montão!

quinta-feira, agosto 03, 2006

acordei cansada e acho que o dia todo vai ser assim.

quarta-feira, agosto 02, 2006

deixar.

"Deixar apodrecer a vida como a vida deixou apodrecer o coração."