sábado, dezembro 27, 2008

saramago...

"Ainda cá ficaremos milênios e milênios em constante nascer e morrer, e se o homem tem sido, com igual constância, o lobo e o carrasco do homem, com mais razões ainda continuará a ser o seu coveiro. "
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"Todos temos os nossos momentos de fraqueza,ainda que nos vale é sermos capazes de chorar, o choro muitas vezes é uma salvação, há ocasiões em que morreríamos se não chorássemos."-
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'SÓ NA SINFONIA DE BEETHOVEN O DESTINO CHAMA E TORNA A CHAMAR, NA VIDA NÃO É ASSIM, HÁ OCASIÕES EM QUE TIVEMOS A IMPRESSÃO DE QUE ALGUÉM ESTAVA LÁ FORA À ESPERA, E QUANDO FOMOS VER NÃO ERA NINGUÉM, E HÁ OUTRAS EM QUE CHEGÁMOS APENAS UM SEGUNDO TARDE DEMAIS, E TANTO FAZIA, A DIFERENÇA É QUE, NESTE CASO, AINDA PODEMOS FICAR A PERGUNTAR-NOS, QUEM TERÁ SIDO, E LEVAR O RESTO DA VIDA A SONHAR COM ISSO."
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Se uma pessoa, para gostar doutra,estivesse á espera de conhecê-la, não lhe chegaria a vida inteira.
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a caverna
"e agora queria recuperar o tempo perdido, palavras estas insensatas entre as q mais o forem, expressão absurda com a qual supomos enganar a dura realidade de q nenhum tempo perdido é recuperavel, como se acreditassemos, ao contrario dessa verdade, que o tempo q criamos para sempre perdido teria afinal, resolvido ficar parado la atras, esperando, com a paciencia d quem dispõem do tempo todo, que dessemos por falta dele"
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"Se não pudermos ser totalmente humano, que não sejamos totalmente animais"
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"Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exacto e rigoroso sinónimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em acção, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste." ( Da Justiça à Democracia, passando pelos sinos)
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" A existência do homem prova a inexsistência de Deus"
--------------------------------------------------------------------------------------"Das pessoas devia bastar saber como se chamam, e levarmos o resto da vida para saber quem são, se de fato um dia o saberemos, pois ser não é ter sido, ter sido não é será"
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A Caverna
"Que Deus te ponha a virtude,
que eu, por mim, fiz o que pude,
e não será tanto pela virtude adicional com que Deus,
sujeito como qualquer comum mortal a esquecimentos e imprevidências,
contribua para a coroação dos esforços cometidos,
mas pela consciência humilde de que se não chegamos a fazer o melhor
foi simplesmente porque de tal não éramos capazes.
Argumentar com o que tem de ser foi sempre uma perda de tempo,
para o que tem de ser os argumentos não passam de conjuntos
mais ou menos casuais de palavras que esperam receber da ordenação sintática
um sentido que elas próprias não estão seguras de possuir"
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O Homem Duplicado
É o silêncio cheia de palavras não ditas que salva o que se julgava perdido.
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se queres ser cego, sê-lo-ás” (p.129)
“na verdade ainda está por nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chamamos egoísmo” (p.169)
“Que temos de morrer, sabemo-lo desde que nascemos, Por isso, de uma certa maneira, é como se já tivéssemos nascido mortos” (p.196-197)
“a cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança” (p.204)
“a cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança” (p.204)
“[...] as lágrimas que sentido têm quando o mundo perdeu todo o sentido” (p.238)
“Pode ser que a humanidade venha a conseguir viver sem olhos, mas então deixara de ser humanidade” (p.244)
“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos” (p.262)
“Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem” (p.310)...
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"...o sonho é um prestigiador hábil, muda as proporções das coisas e suas distâncias, separa as pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não se vêem uma à outra..."
(Saramago-O conto da ilha desconhecida)
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"... aí estava como os seus pressentimentos tinham saído certo, algo de singular, de fora do comum, se estivera preparando nos últimos tempos, e agora chegara a hora em que a sorte, ou o destino, ou o acaso, ou a instabilidade das vontades e sujeições humanas, iriam decidir da sua existência."
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"De Deus e da morte não se têm contato, senão histórias". (p. 146)
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"[...] em toda verdade humana ha sempre algo de angustioso. de aflito, nós somos, e não estou a me referir simplismente à fragilidade da vida, somos uma pequena e tremula chama, que a cada instante ameaça apagar-se, e temos medo, acima de tudo temos medo [...]"
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a lucidez. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p.56.
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...as palavras proferidas pelo coração não tem lingua que as articule, retém-nas um nó na garganta e só nos olhos é que se podem ler.
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É com o que é que temos de viver, não com o que seria ou poderia ter sido".
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Saberíamos muito mais da vida, se nos aplicássemos com afinco a estudar suas contradições".
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A Caverna
"O que mais uma vez nos demonstra que nunca nos deveríamos sentir seguros daquilo que pensamos ser porque, nesse momento, poderá muito bem suceder que já estejamos a ser coisa diferente."
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"...dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo,
como se conhecer-se a si mesmo não fosse
a quinta e mais dificultosa operação
das aritméticas humanas..."
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"com as palavras todo o cuidado é pouco, mudam de opinião como as pessoas"
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"É por de mais sabido que o espírito humano, muitas vezes, tomas decisões cujas causas mostra não conhecer, sendo de supor que o faz depois de ter percorrido os caminhos da mente com tal velocidade que depois não é capaz de os reconhecer e muito menos reencontrar."

Todos os Nomes.
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as intermitências da morte
Aí está uma palavra que soa bem [metamorfose], cheia de promessas e certezas, dizes metamorfose e segues adiante,
parece que não vês que as palavras são rótulos que se pegam às cousas, não são cousas, nunca saberás como são as cousas,
nem sequer que nomes são na realidade os seus, porque os nomes que lhes deste não são mais do que isso, os nomes que lhes deste.
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