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Mesmo no céu, fim de fim, como é que a alma vence se esquecer de tantos sofrimentos e maldades, no recebido e no dado?"
" O Noivo se retirou, com a Noiva; e mais uns, que com mais sono, já estando soprando nas palhas. resolvemos revezar vigias. Eu, feliz, olhei minha Sa-Maria Andreza; fogo de amor, verbigrácia. Mão na mão, eu lhe dizendo-na outra o rifle empunhado-; _ "Vamos dormir abraçados..." As coisas que estão para a aurora, são antes à noite confiadas. Bom. Adormecemos.
"E eles passaram feito faca. Feito flecha. Feito fogo."
"Eu amo vacas e cavalos. No olhar dos cavalos se esconde toda tristeza do mundo."
"O diabo? Não há! o que existe é homem humano. Se for? Travessia."
"...a gente morre é para provar que viveu."
"Essas coisas acontecem nuns escuros, é custoso de saber se a gente deve se aprovar ou confessar um arrependimento: nos caroços daquele angu, tudo tão misturado, o ruim e o bom."
"Para teimar e trabalhar, se crescia, numa coragem de morder os ferros."
"As pessoas - baile de flores degoladas, que procuram suas hastes."
‘Eu careço de que bom seja bom e que o ruim ruim, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados...Como é que posso com este mundo? A vida é ingrata, no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado...’
(...) as borboletas que são indecisos pedacinhos brancos piscando-se (...)
Todos os dias que depois vieram, eram tempo de doer. Miguilim tinha sido arrancado de uma porção de coisas, e estava no mesmo lugar. Quando chegava o poder de chorar, era até bom - enquanto estava chorando, parecia que a alma toda se sacudia, misturando ao vivo todas as lembranças, as mais novas e as muito antigas"
"Medo de morrer, tinha; mesmo a vida sendo triste"
"No Dito, pensava sempre. Mas, mesmo quando não estava pensando conseguido, dentro dele parava uma tristeza: tristeza calada, completa, comum das coisas quando as pessoas foram embora"
"Alegre era a gente viver devagarzinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma"
- "Mãe, mas por que é, então, para que é, que acontece tudo?!"
"Mas eu fui sempre um fugidor. Ao que fugi até da precisão de fuga".
"Eu não escrevo difícil, eu sei o nome das coisas."
"Quando eu morrer, que me enterrem na
beira do chapadão
-- contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração"
Ir para onde? ... Não importa, prá frente é que a gente vai!... Mas, depois. Agora é sentar nas folhas secas e aguentar. O começo do acesso é bom, é gostoso: é a única coisa boa que a vida ainda tem. Pára, para tremer. E para pensar. Também.
Estremecem, amarelas, as flôres da aroeira. Há um frêmito nos caules rosados da erva-de-sapo. A erva-de anúm crispa as folhas, longas como folhas de mangueira. Trepidam, sacudindo as estrelinhas alaranjadas, os ramos da vassourinha. Tirita a mamona, de folhas peludas, como o corselete de um cassununga, brilhando em verde-azul. A pitangueira se abala, do jarrête à grimpa. E o açoita-cavalos derruba frutinhas fendilhadas, entrendo em convulsões.
- Mas, meu Deus, como isso é bonito! que lugar bonito p'rá gente deitar no chão e se acabar!...
É o mato, todo enfeitado, tremendo também com a sezão'.
"Amigo? Aí foi isso que eu entendi? Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça aos demais. Amigo, para mim, é só isto; é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou - amigo - é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é."
"E Nhô Augusto fechou os olhos, de gastura, porque ele sabia que capiau de testa peluda, com o cabelo quase nos olhos, é uma raça de homem capaz de guardar o passado em casa, em lugar fresco perto do pote, e ir buscar da rua outras raivas pequenas, tudo para ajuntar à massa-mãe do ódio grande, até chegar o dia de tirar vingança".
Sou, porém, positivo, um racional, piso o chão a pés e patas"
A gente sempre, em lugar de só querer ver a verdade exata com intuito de julgar direito, acaba mais é cometendo injustiças por falta de ternura e caridade". (Dostoievski)
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