sábado, fevereiro 11, 2006

algumas coisas de Clarice, que, por mais q eu escreva o q sinto...eles conseguem se expressar melhor..e se coloco aqui é pq eh exatamente o que queria dizer...mas não sou clara ou capaz.


"Estou a um quase passo de admitir que a vida que levo é um pretexto para ofuscar a vida que não gostaria de ter. Vida como desculpa por existir. E o incrível é que eu não dou o passo. Fico tão imóvel que estar parada é o meu maior movimento. O mais violento. E não consigo sair exatamente daquele lugar onde todas as sensações ocorrem, justamente por estar tão grudada em mim é onde mais dói: na pele. "

ela eh mto boa!

"E o seu amor que agora era impossível - que era seco como a febre de quem não transpira, era o amor sem ópio nem morfina. E "eu te amo" era uma farpa que não podia se tirar com uma pinça. Farpa incrustada na parte mais grossa da sola do pé."

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada"

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

"Haveria um grande silêncio em mim, mesmo que eu falasse"

"Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio.Escrevo por acrobáticas e aéreas piruetas - escrevo por profundamente querer falar.Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio."

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca". - um comentario tão azul e tão cinza..

" Depois do jantar, enfim, a primeira brisa mais fresca entrou pelas janelas. Eles rodeavam a mesa, a família. Cansados do dia, felizes em não discordar, tão dispostos a não ver defeitos. Riam-se de tudo, com o coração bom e humano. As crianças cresciam admiravelmente em torno deles. E como a uma borboleta, Ana prendeu o instante entre os dedos antes que ele nunca mais fosse seu."

ana???sou eu.bah.n tem isso.

A lucidez perigosa(Clarice Lispector)Estou sentindo uma clareza tão grandeque me anula como pessoa atual e comum:é uma lucidez vazia, como explicar?Assim como um cálculo matemático perfeitodo qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizervendo claramente o vazio.E nem entendo aquilo que entendo:pois estou infinitamente maior que eu mesma,e não me alcanço. Além do que:que faço dessa lucidez?Sei também que esta minha lucidezpode-se tornar o inferno humano- já me aconteceu antes. Pois sei que- em termos de nossa diáriae permanente acomodaçãoresignada à irrealidade -essa clareza de realidadeé um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus,porque ela não me serve para viver os dias.Ajudai-me a de novo consistirdos modos possíveis.Eu consisto,eu consisto,amém.

''Baratas andam pelos canos enquanto gente cansada sonha''

"Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."

"Saudade é um pouco como fome.Só passa quando se come a presença.Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida"



























































































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